sábado, 7 de março de 2015

É lícito manter relações sexuais nas horas do sábado?

SEXO NO SÁBADO
A questão da relação sexual no dia de sábado tem causado uma polêmica entre os cristãos adventistas. O motivo desta controvérsia se dá pelo fato de haver uma má interpretação bíblica dos dois princípios que envolvem esta questão: o sexo e o sábado. Esta má compreensão é fortemente influenciada por teorias antibíblicas que tendem a levar estes dois princípios a extremos perigosos, que põem em risco o equilíbrio bíblico tanto dos que aprovam, quanto dos que reprovam o ato sexual no dia sagrado.
No presente estudo é apresentada primeiramente, a opinião de pessoas da igreja sobre este assunto através de uma pesquisa, é feita também uma análise exegética do que é santo e profano no assunto do sexo e do sábado, um breve relato histórico de como surgiram os pensamentos: ascetista e monasticista, as práticas sexuais que mesmo dentro do casamento são consideradas pecaminosas, a relação que existe entre os dois mandamentos que envolvem as duas instituições edênicas, e a posição propriamente dita da relação sexual no dia de sábado. Por fim, é apresentado um resumo e conclusão do estudo.
RELAÇÕES SEXUAIS NO DIA DE SÁBADO
A problemática de ser ou não lícito a relação sexual no dia de sábado dentro do casamento tem dividido os cristãos adventistas em dois grupos: os que aderem a essa prática e os que a ela se opõem. Esta situação é agravada pelo fato de haver uma escassez de publicações adventistas em língua portuguesa que tratem deste assunto. Diante desta questão, faz-se necessário um cuidadoso estudo do real significado do sexo no casamento, junto com uma análise e compreensão bíblica de como se deve guardar o sábado.
Pesquisa feita entre os Adventistas revela que quanto maior o tempo como membro batizado, mais favorável é a opinião do adventista em relação ao ato sexual no dia de sábado.
A Santidade do Sexo no Casamento
Quando Deus criou o homem, ordenou: “sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra” (Gn 1:28), e para isso colocou no homem o desejo sexual,[2] e isto aconteceu antes da queda,[3] o que revela que o sexo dentro do casamento não pode ser pecado, por dois motivos: primeiro, porque foi instituído por Deus; e segundo, porque foi estabelecido antes da entrada do pecado. O termo bíblico “muito bom” inclui “tudo quanto Deus fizera” (Gn 1:31), inclusive o sexo,[4] pois tudo que Deus cria e oferece é bom.[5] Gn 9:7 mostra que mesmo após a entrada do pecado Deus confirmou a aliança da fecundidade e seus objetivos.[6] “A criação do homem e da mulher à imagem de Deus está intimamente interligada com a bênção divina do sexo”.[7] Gn 1:28 é a primeira referência bíblica onde Deus Se comunica com o homem, e faz Sua primeira ordenação em referência ao sexo.[8]
“O sexo, no amplo contexto de Gn 2:24, constitui-se num presente especial do Criador”.[9] Entretanto, Deus instituiu leis para o seu uso,[10] são elas: monogâmico,[11] e indissolúvel.[12] O termo: “e serão uma só carne” abrange não só a natureza física, mas a espiritual também.[13]
Em 1Co 7:1-2, Paulo começa a responder possíveis dúvidas dos Coríntios relacionadas ao casamento, e apesar da Bíblia não revelá-las, nota-se de acordo com o contexto que suas indagações giravam em torno de dois aspectos: a livre escolha ou obrigatoriedade do casamento e do celibato.[14] É possível que houvesse um grupo que defendia o celibato como prova de um alto nível de santidade do celibatário, mas Paulo, em 1Co 7:7, assim como Cristo em Mt 19:11, “não colocou o celibato em um alto grau espiritual mais elevado, nem eliminou o valor espiritual do sexo no matrimônio”.[15] Ainda no contexto do casamento monogâmico, Paulo confirma a exaltada posição do sexo em Hb 13:4 quando afirma: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula”, que representa: “uma experiência sagrada”.[16] O termo grego para matrimônio é koite que tem o sentido de coabitação ou implantação do esperma masculino.[17] Pode-se concluir, então, que a prática do sexo no casamento não é apenas um exaltado privilégio, mas é também um ato sagrado.
A Santidade do Sábado
Deus não criara o sábado e o designara como santo, mas criou o sétimo dia e o definiu como santo (Gn 2:3). Então não é o sábado separado do dia, mas sim um dia (o sétimo) separado por Deus que é o próprio sábado por definição.[18] O sábado possui peculiaridade eterna, não haverá época na eternidade que Deus mudará o sábado de santo e abençoado dia de descanso por outrem.[19] O sétimo dia, portanto, tornou-se um referencial do Deus Criador em relação às Suas obras, um sinal que revela a autoridade e supremacia divina em legislar. O sábado é um dia de descanso físico, espiritual e libertação do pecado.[20] Deus estabeleceu os limites de duração do sábado e ordenou que as horas que correspondem a este dia fossem dedicadas a Ele e ao Seu serviço: Lv 23:3; Êx 20:8-11; Is 58:1-14; Mt 12:1-8; Mc 3:1-6; Lc 6:6-11; Jo 7:21-24.
O sábado, assim como o matrimônio, teve sua origem no Éden antes da queda.[21]
Foi a instituição de consagração da obra criadora.[22] A transgressão do sábado causa ao homem alienação e depravação com relação a Deus.[23]
Definição de Santo e Profano
A palavra hebraica para “santo” é gadôsh,[24] da raiz kdsh,[25] cujo significado básico é “separado”.[26] Em o Novo Testamento, “santo” é representado pelo adjetivo grego hagios,[27] o qual está relacionado com hagiosyne,[28] termo que ocorre três vezes no NT,[29] denotando a manifestação da qualidade de santidade na conduta pessoal.[30] Conquanto existe certa discordância quanto ao significado da palavra “santo”[31] que não haja uma etimologia certa para hagios,[32] o sentido moral e espiritual da palavra pode ser definido como “separado do pecado e portanto consagrado a Deus, sagrado”.[33]
Nas Escrituras Sagradas “quase não há diferença entre profano e impuro”,[34] visto que “a antítese entre santo e profano no AT se reduz a oposição entre puro e impuro (Lv 10:10)”.[35] O termo “profano” é definido como aquele ou aquilo “que não pertence à classe eclesiástica; secular”,[36] “estranho em contrário à religião”, aquilo que, etimologicamente, “é acessível ou entregue ao uso comum, em oposição ao sagrado, que é separado e consagrado”.[37] A palavra “profano” vem do latim profanus (literalmente “fora do templo”), ou seja, “aquilo que é secular ou corrompido, não religioso, vulgar, indecente”.[38]
Sintetizando, a palavra “santo” define o que é sagrado ou separado do pecado e dedicado a Deus por meio de ritual divino ou culto público, enquanto que o termo “profano” conceitua o que está desvinculado do sagrado.
Pensamentos Errôneos Sobre o Sexo
Devido à má compreensão dos verdadeiros significados e propósitos do sexo, é que existem hoje diversas concepções erradas em relação a isto. A seguir, serão mostradas pelo menos três das principais:
(1) Materialismo: esta teoria crê no surgimento da vida humana a partir do desdobramento da matéria que é composta de elementos químicos e átomos, que quando estão em movimento possui energia e poder gerando assim a vida.[39] Quais são as implicações desta filosofia em relação ao sexo? Primeiro, essa teoria ao descartar um Criador, despreza também as leis que protegem a família e a pureza do corpo. Em segundo lugar, ao afirmar que o homem é somente matéria, as relações sexuais se tornam uma simples necessidade física e incontrolável que se restringe apenas ao ato forçado.[40]
(2) Ascetismo: Mani, fundador do maniqueísmo, com idéias dualistas ensina, que o universo começou com a mistura da luz com as trevas, e que o homem foi feito destes dois elementos, sendo que o corpo é feito de trevas, que é mau, consequentemente a carne, o sexo, a reprodução são maus; e a alma é feita de luz, que é boa.[41]
Enquanto o materialismo enfatiza a importância da carne, rejeitando o espírito, a teoria do ascetismo vai para o outro extremo. Desta maneira, conclui-se que todos os pensamentos radicais quanto à abstinência ou concessão do sexo têm influências de origens pagãs muito antigas. Existe uma quantidade expressiva de pessoas que acreditam que este assunto é uma questão de consciência de cada um. Porém esta concepção está baseada na visão pós-modernista, que afirma não haver verdades definidas, considerando que tudo é relativo, ou seja, o que é pecado para um pode não ser pecado para outro.[42] Contudo este conceito é perigoso porque torna flexível a lei de Deus.
(3) Monasticismo: A concepção do sexo como pecado tem uma forte influência recebida do pensamento católico desde os primeiros séculos da presente era, resultando assim no “surgimento do monasticismo”.[43] Esta palavra vem do grego monastikós que dá o sentido de “vida solitária”,[44] contrariando assim a recomendação divina de Gn 1:18 que diz: “não é bom que o homem esteja só.” Houve tempos em que algumas partes da Bíblia foram “vedadas às pessoas”[45] porque eram consideradas vulgares. “Em 1833, Webster publicou uma nota na versão King James que denunciava palavras chocantes como seio, fornicação, etc.”[46]
A partir do II século d.C., os Pais da Igreja iniciaram uma mudança sutil dos princípios bíblicos, adotando tendências ascetistas, e com a chegada do monasticismo, este processo de inovação foi ampliado, surgindo idéias como a de que a única justificativa para a relação sexual é a procriação.[47] Mais tarde, Clemente e Orígenes afirmaram que a causa da queda de Adão e Eva foi o sexo, baseados no argumento de que o termo “conhecer” de Gn 4:1 é o ato sexual.[48] Justino (c.100-165) confirma a idéia de que o sexo deve ser apenas para geração de filhos,[49] e Gregório de Nissa (c.330-c.395) define o sexo como pecado.[50] Agostinho (354-430), ensinava que o adultério e a fornicação eram um pecado passivo de morte, o ato sexual com prazer se constituía de pecado venial. A relação sexual com propósito de gerar filhos não era pecado, e os que aderiam ao voto de castidade na virgindade e viuvez tinha uma recompensa superior na eternidade.
Breves Considerações Sobre Quando a Prática do Sexo no Casamento Se Torna Pecaminosa
Uma vez que a relação sexual no contexto do matrimônio cristão se “constitui uma experiência sagrada”[51] (Hb 13:4), um ato espiritual[52] (1Co 6:16), e que os momentos da relação conjugal “destinam-se a ser tão sagrados quanto intensamente deleitosos”,[53] significaria isso que o casal tem o direito de abusar de seus privilégios conjugais? Em que circunstâncias a intimidade sexual no casamento seria pecaminosa? Com as orientações encontradas na Bíblia e no Espírito de Profecia é possível encontrar princípios que ajudam a responder estas questões.
Ao contemplar a “Jesus Cristo e Este crucificado” (1Co 2:2), o cristão é profundamente motivado (por amor ao Salvador) a fazer unicamente “o que lhe é agradável” (1Jo 3:22). “Uma vez que o sangue de Cristo traz purificação, justificação e santificação”,[54] os crentes em Jesus são agora novas criaturas (2Co 5:17), e por isso não vivem mais para si mesmos, mas “para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5:15). Pelo fato de que Cristo vive (Gl 2:20) em todos aqueles que passaram pela experiência do novo nascimento (Jo 3:3 e 5), os salvos vivem agora em todos os aspectos de suas vidas, somente para glória de Deus (1Co 10:31). Cada cristão é um santuário de Deus (1Co 3:16), um santuário sagrado (1Co 3:17).
No contexto do matrimônio, o casal cristão deve refletir a relação entre Cristo e Sua igreja, pois o amor que Deus reconhece como santo nas relações conjugais é o de Efésios 5:25-27. Entendendo-se que o princípio santificado deve ser a base de toda ação matrimonial,[55] pois o casamento só é uma bênção quando “os princípios divinos são reconhecidos e obedecidos nesta relação”,[56] e que cada privilégio da associação matrimonial deve receber a devida consideração acerca de seus resultados, da parte do casal cristão,[57] tornando-se identificáveis as circunstâncias em que o sexo, mesmo no casamento, pode ser considerado pecaminoso.
O ato conjugal se torna pecaminoso quando sofre perversão e “só serve a propósitos indignos”, pois “a acusa de Cristo é honrada ou desonrada, conforme comportamento sexual do crente”.[58] O princípio divino apresentado em Hb 13;4 “não admite praticas sexuais anormais, nem mesmo dentro das relações do casamento”,[59] pois “faz parte integrante da lei divina que o homem não foi feito para a imoralidade”.[60] Sendo que as “relações intimas de marido e mulher precisam ser regidas pelo principio moral da causa e efeito”,[61] de modo que as “práticas abomináveis levam a enfermidades abomináveis”,[62] e que “é o levar ao excesso o que é lícito, o que torna grave pecado”,[63] visto que “o excesso sexual destruirá com efeito o amor para com os cultos decepcionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo positivamente a exaurir a vitalidade”.[64]
Concluí-se que toda distorção sexual,[65] o que inclui a intemperança sexual, é uma prática pecaminosa não só no dia de sábado, mas em qualquer outro dia da semana. Isso equivale a dizer que, exceto em caso de perversão sexual, o ato conjugal entre casados não se constitui pecado, sendo assim lícita a sua prática em qualquer dia da semana, incluindo o sábado.
A Relação Sexual no Sábado
Gn 1-2 é evocado em Êx 20:11[66] com o objetivo de mostrar à humanidade que o Criador do universo é quem possui a prerrogativa de santificar, abençoar e legislar sobre Suas criaturas, não obstante o casamento[67] e o sábado tiveram sua origem no Éden como “instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade”.[68] Afirmar que o casamento é inferior ao sábado é dizer que “O Senhor do sábado” (cf. Mt 12:8; Mc 2:28; Lc 6:5) não atribuiu ao casamento as seguintes insígnias: “santificou”[69] e “abençoou”[70], haja visto que ambos os mandamentos possuem peculiaridades distintas regulamentados por lei (ver Êx:20:8-11 e 20:14).
“Não adulterarás” (Êx 20:14) é um princípio protetor à sagrada família instituída por Deus, protegendo assim tanto o homem quanto a mulher.[71] Há uma ligação intrínseca entre o sexto mandamento e o sétimo mandamento: este está relacionado com a vida, enquanto aquele com a honra que a vida lhe confere.[72] “A honra é a maior e mais alevantada propriedade humana… sem ela, se avilta as profundezas da corrupção”.[73] Devido à honra que este mandamento evoca, dá-se ao casal o direito e a liberdade de desfrutarem do prazer que o sexo proporciona dentro dos limites do matrimonio[74] (ver Hb 13:4).
Uma vez atribuindo ao sexo como sendo sujo, pecaminoso, imundo ou impróprio, faz-se referência direta a conceitos e costumes equivocados herdados do passado,[75] distorcendo aquilo que Deus concluiu que era “bom” (Gn 1:31). A relação sexual foi criada para satisfazer dois propósitos: “frutificar” e “uma só carne” (Gn 1:28 e 2:24), ou seja, gerar filhos e proporcionar a obtenção de prazer.[76] O matrimônio foi abençoado, santificado, e separado por Deus para que no sábado a família pudesse “viver a vida do Éden”.[77] Sendo assim, a relação sexual não pode ser neutralizada no matrimônio, porque a relação sexual está para o matrimônio assim como o matrimônio está para todas as obrigações do casamento, inclusive as relações sexuais. As obrigações matrimoniais não cessam aos sábados a não ser aquelas específicas ao mandamento do sábado: “o amor de Deus, porém, estabeleceu um limite às exigências do trabalho. Sobre o sábado Ele põe Sua misericordiosa mão. No Seu dia Ele reserva à família oportunidade da comunhão com Ele, com a natureza e uns com outros”.[78]
O Criador fez o homem e a mulher com um perfeito impulso para unir-se sexualmente[79] e o casamento foi estabelecido para que esse desejo natural fosse realizado[80] dentro dos parâmetros do matrimônio.
Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: um homem ‘deixará… o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne’ (Gn 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo.[81]
Cristo mencionou que “todo reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa dividida contra si mesma, cairá” (Lc 11:17). Deus não pediria que
cumpríssemos o mandamento do sábado em detrimento ao mandamento do matrimônio e se assim fosse, deixaria explícito em um dos Seus mandamentos, como deixou claro com relação ao trabalho (ver Êx 20:11), que é abençoado por Ele, porém não o fez. “Visto que o intercurso sexual é uma das mais íntimas manifestações de amor entre um homem e uma mulher… e responsabilidade entre duas pessoas que se dedicam um ao outro por toda a vida”,[82] então, amar está em perfeita harmonia com o sábado. A relação sexual é santa, justa, abençoada e tem por finalidade glorificar a Deus, pois “quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31-32). A compreensão bíblica de que a integração das características femininas e masculinas através do amor sexual formam uma personalidade completa,[83] e que o sexo “é a mais elevada forma de conhecimento” e “a mais clara forma de se expressar uma visão psicológica e emocional”[84], haja visto que basar’echad (“uma só carne”) em Gn 2:24 abarca o sentido de “um completo relacionamento entre marido e mulher, envolvendo os aspectos físico-sexual, emocional e espiritual”.[85] Consequentemente conduz ao fato de que “o sexo revela não apenas que somos incompletos” (incompletos espiritualmente sem o sexo oposto), mas também revela “nossa profunda necessidade de sexo oposto”.[86]
Desta forma, a visão espiritual do ato conjugal é ampliada ao ponto de se poder afirmar que “a sexualidade é uma metáfora que mostra sermos incompletos como seres espirituais” e que na sexualidade “encontramos significado espiritual e propósito apenas através de outra pessoa que não a nós mesmos”.[87] Considerando a amplitude da religião sexual em seu aspecto espiritual, é possível declarar que “o sexo fala de nossa separação de Deus e nossa necessidade de nos reunirmos a Ele”.[88]
Uma vez que homem e mulher foram criados para o prazer sexual,[89] que “o casamento não é apenas uma ilustração de nossa separação de Deus, mas é também um apelo para nos unirmos a Ele”,[90] e que “a relação matrimonial é santa”,[91] conclui-se
que a relação sexual nas horas sagrada do dia de sábado, quando praticada dentro dos princípios divinos, não se constitui numa prática pecaminosa, por estar em harmonia com o princípio da lei (que é santa como o matrimônio é santo), sendo assim, uma expressão de amor que glorifica a Deus, é consequentemente uma expressão que é própria para o dia do Senhor.
Resumo e Conclusão
O pensamento de que a prática sexual entre casados no dia de sábado se constitui num ato pecaminoso, resulta de uma mentalidade equivocada que conceitua o sexo como algo que afasta o ser humano de Deus. Tal mentalidade, que tem sido cultivada consciente ou inconscientemente por certo número de cristãos adventistas, se baseia em uma visão distorcida do plano divino para a relação matrimonial. A correta compreensão dos propósitos do Criador revela que o sexo, assim como o sábado, é santo e abençoado, estando por isso em harmonia com a vontade de Deus quando praticado no contexto do matrimônio, segundo os princípios divinos estabelecidos para a felicidade dos cônjuges.
Por meio do presente trabalho conclui-se que a santidade do amor sexual no matrimônio não é incompatível com a santidade da comunhão e da adoração a Deus no dia de sábado. Logo, desde que não resulte na degradação física, mental, social e espiritual do casal, a relação sexual, ocorrendo com naturalidade, nas horas sagradas do sábado, não se constitui pecado. Portanto, faz-se necessário, em momento oportuno, esclarecer este assunto aos membros da igreja por meio de semanas de lar e família, encontros de casais, cursos para noivos, e outros programas e projetos especiais cujo enfoque seja a vida matrimonial.

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